Depois de ver o post da Lari, que foi pra lá há bem menos tempo que eu e já contou as dicas dela aqui, resolvi tomar vergonha na cara e fazer a minha colaboração para o Just Lia. Fui pra capital portenha no final do ano passado e tô prometendo esse post pra Lia desde então. hihihihi

Também fico devendo pra vocês posts sobre Los Angeles e San Diego e prometo que vou fazê-los em breve. Tenho muitas boas experiências pra compartilhar e algumas de vocês acompanharam as minhas peripécias via Twitter. Agora é hora de trazer tudo pra cá. Vale lembrar que eu acrescentei alguns valores no post, mas como tem quase um ano que eu fui, pode ser que algumas coisas tenham mudado, ok! Alguns eu consegui checar em sites etc., já outros, como custo de metrô, ônibus, táxi, eu não consegui, mas achei bom deixar, porque vale como uma estimativa. Mas como o preço do Bus Turístico é exatamente o mesmo, acho que as coisas não devem ter tido um aumento substancial.

De cara já digo que se você for fã de uma dessas figuras, você está feito, porque vai ser fácil achar tudo quanto é coisa fazendo menção a elas. São verdadeiras entidades argentinas e Buenos Aires é quase um templo deles: Maradona, Mafalda, Evita e Che Guevara. Onde você for, vai encontrar coisas desses ícones. Acho que o Che é o menos hypado por lá, ainda assim, não vão faltar mimos dele por lá.

Clima e Fuso Horário

Ao contrário do que estamos acostumados, Buenos Aires tem as quatro estações bem definidas. Os meses de verão são bem quentes e úmidos, sendo que a temperatura varia entre 22°C e 33°C, com picos de 40°C e, assim como aqui, são bem comuns as chuvas de verão. O inverno portenho faz frio e venta muito. A média de temperatura varia entre 3°C e 14C°, podendo chegar a alguns graus abaixo de zero. Mas não precisa se assustar, porque todas as casas, hotéis, hostels/albergues etc. tem uma arquitetura pensada para isso e contam com calefação. Como fui na primavera fazia bem calor de dia e um vento muuuuito gelado de noite. E muitas vezes aconteceu de eu estar dentro dos lugares e não conseguir ter a dimensão do frio que fazia fora, de tão aconchegantes que são os ambientes fechados. As estações da primavera e do outono tem um clima mais ameno e a temperatura nessas épocas do ano varia entre a mínima de 13°C e a máxima de 25°C.

O fuso horário de Buenos Aires em relação a Brasília (horário oficial do Brasil) não tem diferença, porém dos meses de outubro a fevereiro, por conta do horário de verão brasileiro, há defasagem de uma hora. E como sempre a gente quer falar com parentes, amigos, namorados etc. que ficaram por aqui, a minha dica é sempre ter o relógio de pulso e celular atualizados pro horário do local, e deixar o note (que é por onde vamos utilizar Skype, MSN, Gtalk etc.) no horário do Brasil, assim a gente não corre o risco pentelhar ninguém no meio da madrugada.

Eletricidade

Tudo em Buenos Aires é 220 volts, não existe nada com voltagem 110V. E o mais importante é ressaltar que, mesmo com a maioria dos aparelhos sendo bivolt, o formato da tomada (enchufe) deles é totalmente diferente do daqui: tem três pontos, sendo que o lado em que ficam os dois bicos, formam um V e todos os três bicos são chatos. Os de formato novo aqui do Brasil tem 3 pontos redondos, quase alinhados, formando um sutil V. Os “enchufes” portenhos são raríssimos aqui no Brasil, então, vale comprar um benjamim adaptador por lá, que nos camelôs custa entre 5 e 10 pesos. Coloquei aqui uma imagem da tomada para vocês terem noção.

Requisito de entrada

Não é necessário visto de entrada para turistas. Os visitantes brasileiros não precisam nem mesmo de passaporte, já que fazemos parte do Mercosul, e podemos adentrar ao país apenas com a nossa cédula de identidade – lembrando que o RG vale, mas a CNH não (afinal de contas ela é Carteira Nacional de Habilitação). Só estou reforçando isso, porque vi pessoas do meu vôo que acabaram sendo impedidos de embarcar porque estavam apenas com a CNH e sem o RG.

Todo mundo precisa preencher uma “tarjeta de turismo”, que deve ser apresentada na entrada juntamente com o passaporte ou carteira de identidade. A permanência autorizada, a princípio, é de 90 dias.

Horários úteis

• Bancos e agências de câmbio: de segunda a sexta das 10 às 15h.
• Lojas: das 9 às 20h. Em alguns bairros é costume fechar ao meio-dia, prolongando-se o horário da tarde. Aos sábados o horário é de 9 às 13h e praticamente nada abre aos domingos e feriados.
• Shopping centers: das 10 às 22h todos os dias da semana, inclusive domingos (depois das 12h). Durante os fins de semana as praças de alimentação ficam abertas até 1 da manhã e os cinemas têm sessões que começam a essa hora.
• Supermercados: das 9 às 22h. As principais redes abrem também aos domingos, geralmente a partir de meio-dia.
• Restaurantes: o almoço é servido a partir das 13h e o jantar a partir das 21h.

Formas de Pagamento

A moeda nacional é o Peso e as cédulas em circulação são de 2, 5, 10, 20, 50 e 100 pesos, e as moedas são de 1 peso, além de 1, 5, 10, 25 e 50 centavos. Porém, como nossa moeda está muito valorizada por lá, em muitos lugares aceita-se Reais, fazendo a transação de 2 para 1: algo que custa 20 pesos é vendido por 10 reais. Mas essa cotação muda e cheguei a ver perfumarias aceitando R$ 1,00 valendo entre 2,40 a 2,50 pesos. Da mesma maneira, o dólar também é aceito em muitos pontos de comércio, com a cotação variando entre 3,95 pesos até 5, dependendo do estabelecimento.

Se for levar pesos, leve por volta de uns 300 pesos trocados aqui no Brasil (para as despesas iniciais, como táxi, um cafezinho etc.) e deixe para trocar o restante lá, pois a cotação é muito melhor. Por aqui, será difícil achar uma cotação superior a R$ 1,00 pra cada 1,80 pesos. E lá, você sempre consegue a pelo menos R$ 1,00 pra cada 2 pesos e esses 0,20 a mais fazem bastante diferença num volume grande de dinheiro. Os cartões de crédito mais aceitos na cidade são American Express, Visa, Diners e Mastercard.

Transportes

• Ônibus: Operam na cidade num total de 145 linhas de coletivo. A passagem pode custar 75 ou 80 centavos de peso e é comprada por meio de uma máquina instalada no veículo, que só aceita moedas. Funcionam 24 horas por dia. Este transporte é o meio mais utilizado pelos trabalhadores portenhos. É bom ter sempre moedas trocadas para pagar, porque eles não trocam dinheiro e o motorista não encosta na grana!

• Metrô: em Buenos Aires existem 8 linhas de metrô, chamado pelos portenhos de Subte, que são denominadas por letras do alfabeto indo de A a H, sendo possível fazer combinações entre elas (como as baldiações daqui). Assim como aqui, você compra o bilhete que custa 1,10 peso a viagem. Em todas as estações há mapas que indicam itinerários e destinos. Como o táxi é super barato, eu quase só andei de táxi. Mas fiz questão de tomar o metrô para ver os murais da Mafalda, que eu sabia que existiam (na linha A). O metrô de Buenos Aires é de 1917 e é o mais antigo da América Latina – na linha A tem até um trem que é dos de 1917 e ainda funciona (ele é todo de madeira e tem um ar de bonde/trem antigo), é muito legal e vale a experiência!

Aqui embaixo algumas fotos dos murais da Mafalda, do cartunista Quino.

• Táxi: Buenos Aires é repleta de táxis, padronizados na cor azul marinho e com teto amarelo. E é um transporte muito barato, especialmente para paulistas como eu, que estão habituados a pagar por corridas caríssimas. Vale muito a pena ir de táxi pra tudo quanto é lugar. Pra se ter noção, a corrida mais cara que eu paguei foi de 58 pesos (isso do aeroporto – que é bem afastado – para o meu hotel). Vale lembrar que eu fiz escala em Montevidéu e desembarquei no Aeroparque Jorge Newbery (equivalente a Congonhas e Santos Dumont), já que a rota Montevidéu/Buenos Aires é uma espécie de ponte aérea e dá só meia hora de vôo. Mas a maioria dos vôos daqui do Brasil descem no Aeroporto Internacional de Ezeiza, e a corrida de lá até a cidade fica entre 80 a 100 pesos – Ezeiza é outra cidade, e seria o equivalente a Cumbica (que fica em Guarulhos), ou o Aeroporto de Salvador (que pra mim vai ser sempre Dois de Julho – hihihi!), que fica em Lauro de Freitas. No caso de Ezeiza você pega estrada e precisa pagar o pedágio, que fica por sua conta. Mas voltando ao assunto, eu super recomendo vocês andarem de táxi pra lá e pra cá. É um transporte razoavelmente barato e completamente prático.

• Aluguel de carro: Para dirigir em Buenos Aires você precisa de um cartão de crédito, carteira de identidade e registro de habilitação. Os estrangeiros devem apresentar também o passaporte e a carteira de motorista internacional ou a do seu país (as duas valem). Os preços variam de 81 pesos a 160 pesos por dia e esses valores incluem 150 quilômetros livres. Lembrando que eu não aluguei carro, mas me informei, porque tinha cogitado essa possibilidade, mas como me deparei com táxis com um custo baixo, preferi lançar mão do velho e bom veículo com motorista do que ter que ficar recorrendo ao GPS o tempo todo.

Comilança

É claro que eu comi em muitos restaurantes que eu não vou me lembrar o nome, além de em alguns dias ter pedido delivery no hostel, seguindo as recomendações da recepcionista (que era uma fofa!!!). Mas coisas marcantes a gente lembra pra sempre e são essas que eu vou partilhar com você.

Alfajor
Quem gosta de alfajor sabe que a Argentina é a terra desse doce tão incrível. Agora um erro muito comum dos brasileiros é chegar lá procurando por Havana. Pô, gente nada de Havana… Primeiro porque Havana tem aqui no Brasil, segundo porque esse não é nem de longe o melhor alfajor da Argentina. Tem que ser Abuela Goye, que é maravilhoso, com receita de vovó da Patagônia e que bota qualquer Havana no chinelo. Além disso, lá no Abuela Goye tem tortas, salgados e sorvetes maravilhosos. Eu praticamente morei na unidade da Calle Florida. A Lia comeu um alfajor que eu dei pra ela e pode atestar o quanto é maravilhoso. Pra quem for de Salvador, fica a dica que no Salvador Shopping tem a única filial brasileira dessa maravilha.

Mas Abuelita e Havana são alfajores caros para os padrões porteños, por isso, é legal lembrar que há várias marcas baratinhas vendidas em supermercado. Porque, afinal de contas, eles comem alfajor como a gente come bolacha recheada. E esses de mercado são bem gostosos também e é bom pra trazer de lembrança, já que vem embalados um a um dentro do pacotão e um pacote com 6 custa uma média de 8 pesos, o Abuela custava 3,70 cada.

La Continental
A empanada é praticamente uma entidade argentina, assim como alfajor. Você não pode ir até Buenos Aires e voltar sem ter comido empanadas. E aí uma ótima dica é a La Continental, que é uma casa tradicional, tem várias filiais e manda muito bem na qualidade e principalmente nos preços. Com 20 pesos (equivalente a R$ 10) você se empanturra de comer. A de carne é a clássica e também a minha preferida. Para os que não quiserem se aventurar, eles também vendem pizzas. E de sobremesa tem um bolo que chama Balcarce, que é praticamente Deus na Terra de tão bom, por favor, experimentem… :)

Sr. Telmo
Dica bem boa: é um restaurante delicioso e razoavelmente barato, que pelo nome vocês já podem deduzir que fica no bairro de San Telmo, mas também tem uma filial em Porto Madero. Tem pizzas fantásticas e uma das melhores massas que já comi na vida. É legal lembrar que Buenos Aires como um todo tem excelentes opções de massa, já que eles também receberam uma bela fatia de imigrantes italianos, por isso dá pra se jogar e ser feliz. O Sr. Telmo é uma boa pedida para comer no domingo, depois de passar na feira de antiguidades de San Telmo, já que ele fica a umas quatro quadras pra frente da feirinha. Uma pizza grande custa cerca de uns 30 pesos e um prato de massa muito bem servido fica por volta de 20 pesos.

Burger King e Mc Donald’s
Pra quem é chato com comida e nunca quer experimentar as comidas locais por medo de não gostar, sempre há as opções de fast foods americanos. O cardápio deles tem algumas coisas a mais que as daqui (tipo o BK tem café da manhã!), mas o menu é basicamente o mesmo. Isso sem falar que são muitíssimo mais baratos que no Brasil. Um número do Whopper custa 14 pesos.

Shows de Tango

Ir a Buenos Aires e não ver um show de tango é como ir a Disney e não ver o Mickey Mouse, ou, sei lá, ir pro Céu e não ver Deus. Ou seja, você tem de ir. Eles tem um valor um pouquinho salgado e muita gente opta por não ir por conta do preço, mas se você pensar no custo benefício, vai ver que vale muito a pena. Eu acabei escolhendo o Sabor a Tango, que custou 200 pesos (o equivalente a R$ 100). Mas vejam só, nesse pacote estava incluído o traslado do hotel pro show e do show para o hotel, uma aula de tango de 1 hora (que eu adorei!), um jantar completo (entrada, prato principal e sobremesa) com algumas opções de escolha nos três menus, bebidas liberadas (água, suco, refrigerante e vinho) e o show de tango em si, que tem cerca de 2 horas. É lindíssimo e eu acho que todo mundo tem que viver uma experiência como essa. O show é num teatro antigo, lindíssimo, e no lugar da plateia estão dispostas mesas num salão super luxuoso. Ah, esqueci de dizer, que a localização da mesa é de acordo com o valor do ingresso comprado, porque tem pacotes só com o show, sem a aula e sem traslado, e que geralmente te deixam em mesas mais afastadas. A minha ficou no primeiro setor. Mesmo que você opte por não ir ao mesmo que eu fui, recomendo muito, tem vários shows e você pode verificar o que mais se encaixa no seu orçamento. Vou ficar devendo fotos do show, porque eles proíbem que a gente fotografe lá dentro (detalhe: porque vendem fotos depois), até tinha gente tirando foto escondida com celular, ou dando caixinha pros garçons fotografarem, mas eu sou dada a seguir regras, portanto… Mas eu tirei na saída quando os músicos e bailarinos saem para nos desejar “buenas noches”.

Pra quem tá planejando ir pra lá nessas férias, acho que já tem bastante material pra vocês se programarem, né! E eu também tô preparando um post só com os principais pontos turísticos, com bastante fotos e dicas pra vocês. ;)